3/27/2011

jUSTIFICATIVA


Nestes últimos anos incentivados por políticas federais principalmente, vivemos um momento cultural importante para o Brasil, o (re) conhecimento / conexão da cultura brasileira, da diversidade cultural brasileira, parece que retomamos o viés multidentitário brasileiro, hoje já somos capazes (pensamos que ainda não em nível macro, mas significativamente ativo) de ver os brasis e nos perceber multiculturais, vemos os cafundós brasileiros de norte a sul em emergência, por exemplo aqui no sul o tambor de sopapo por exemplo como um dos eixos articuladores da cultura negra no extremo sul do Brasil, enfim os locais assumindo sua condição global de estar nas relações de poder que constituem o estar brasileir@ e planetário, (re) conhecendo a cultura global e as singularidades locais de um país da diversidade cultural. Nosso processo local também, sempre veio nesta perspectiva de articular redes glocais (o local conectado com o global) de fomento ao desenvolvimento cultural, potencializando-se a partir de nossa atuação junto ao Fórum Social Mundial desde 2001 e mais recentemente com projeto Casa Brasil e Pontos de Mídias Livres, quando começamos a integrar as redes de inclusão digital e pontos de mídia e cultura.
Este envolvimento com o Fórum Social Mundial e as redes de inclusão digital e pontos de cultura fez com que nos encontrássemos com uma diversidade de processos regionais – nacionais – globais, pessoas que pelo menos possuem uma coisa em comum, resistir ao mundo tal qual está, pautado na exploração das pessoas e dos recursos naturais a partir da centralização da riqueza e do exercício do poder, esta resistência vem sendo construída, com os parceiros envolvidos neste ponto de cultura Outro Sul a muitos anos, com a Companhia de Dança Daniel Amaro, o Centro de Ação Cultural Educacional ODARA e o Centro de Cultura CASA DO JOQUIM. Agora em 2010 fez 10 anos do Fórum Social e Mundial, ferramenta que glocalizou a resistência capitalística, e nós por aqui em Pelotas não seria diferente, estamos imbricados e criando esta ferramenta FSM desde seu início, fizemos em 2001 o Dunas Social Mundial (preparatório ao 1º FSM), em 2004 participamos da construção do Fórum Binacional (Uruguai – Brasil no Chuí), em 2005 o Popularte (Fórum de Arte Popular), em 2006 o Fórum Social Dunas (Um Outro Mundo é Aqui), em 2007 o Fórum Social das Comunidades de Rio Grande (cidade vizinha), em 2008 o Fórum Social da Periferia (onde foi constituída a rede periferia centro sul do estado do RS que também originou a constituição da CUFA Pelotas), em 2009 o Fórum Social On Line das Periferias (Belém do Pará / Dunas / Mundo) o que nos efetivou na coordenação do FSM e a frente da proposta expandida do FSM (através de interconexões glocais) e agora em fevereiro de 2010 o Fórum Social Expandido da Periferia, onde organizamos constituímos a rede mundial EmComum – participe da Rede EnComum e assista as ações e interconexões glocais realizadas em http://openfsm.net/projects/fs-exp-periferias/summary, neste Fórum Expandido também finalizamos uma etapa de articulação presencial e regional de pontos de cultura (Integramos a Rede Sopapo) Porto Alegre e do Circuito Fora do Eixo (Integramos o Circuito do Rock e Festival Cultura e Juventude) Santa Maria.
Pensamos que com este Ponto de Cultura Outro Sul poderemos potencializar as ações desta rede de inclusão digital e pontos de mídia e cultura que viemos desenvolvendo a muitos anos, mais fortalecida atualmente com os parceiros envolvidos Universidade da Periferia, o Comitê de Desenvolvimento do Dunas, a Companhia de Dança Daniel Amaro, o Centro de Ação Cultural Educacional ODARA, o Centro de Cultura CASA DO JOQUIM, a SATOLEP CIRCUS e a INOVE TV. Pensamos que com este Ponto de Cultura Outro Sul, além das parcerias locais, continuar desenvolvendo tecnologia para interconexões glocais (como foi agora com a Rede EmComum – fevereiro 2010) e presencial e regionalmente integrar a Rede Ponto de Cultura Geribanda / FURG com os pontos de cultura Quilombo do Sopapo, Ventre Livre e Fórum Música para Baixar de Porto Alegre (e mais Coletivo Catarse), envolvimento que já rendeu diversos intercâmbios entre Pelotas - Porto Alegre e vice versa, assim como aproximar as relações com Macondo Lugar, Regional Sul do Circuito Fora do Eixo em Santa Maria, que a exemplo anterior também foi de intenso intercâmbio para formação e capacitação dos agentes envolvidos na produção e circulação de conhecimentos e conteúdos, buscando a sustentabilidade destes processos e redes.
Pensamos que com este Ponto de Cultura Outro Sul poderemos intensificar as ações que viemos desenvolvendo, incentivar e desenvolver ações comunitárias que integre arte, cultura, cidadania e economia justa tendo como princípios: Estimular a afirmação dos direitos e construção de uma cultura de não violência; A arte e a educação como modo de alcançar a liberdade de escolha e o usufruto dos direitos humanos; Liberdade para viver o próprio corpo e ser feliz; Não deixar esquecer que a desigualdade social no Brasil também foi construída por anos de escravidão e que hoje ainda está vinculada às barreiras sociais geradas pelo racismo; A construção de alternativas que fortaleçam a cultura e o jornalismo independentes e enriqueçam o debate público em seus temas mais importantes, através de um trabalho autoral e engajado; Aproximar-se de movimentos e organizações que entendem a cultura como um direito humano e a comunicação como uma ação transformadora; Fortalecer redes de trabalhos concebida por produtores culturais para além da Região Sul do RS, estimulando a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de serviços e produtos da cadeia produtiva da produção fonográfica e do áudio visual; Conectar diversas áreas relacionadas com a música, arte tecnologia e comunicação colaborativa e espalhar as propostas construídas para o âmbito de diversos territórios do Brasil e do Mundo. Estes são os princípios e falas dos parceiros e redes de inclusão digital mídia livre e diversidade cultural na qual estamos imersos e efetivamente engajados.
Estas articulações, encontros intercâmbios que viemos desenvolvendo nestes últimos anos com estes coletivos e pontos de cultura, fortalecendo as instituições parceiras envolvidas, poderemos ter neste Ponto de Cultura uma das fontes que garantam melhores condições materiais para potencializarmos estas parcerias que viemos desenvolvendo e pretendendo integrar (Rede Geribanda - Furg), podendo qualificar as estruturas necessários para assegurar os encontros, seminários, mostras culturais, produção de conteúdos,..., contribuindo assim a continuidade e vontade de fazer Redes de inclusão digital e pontos de mídia e diversidade cultural,
Entrando em conexão com as relações de poder que determinam a história do presente em que estamos imersos.

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